maio 20

A “sorte” de ser um mau aluno que tornou Helton Cumbe o protagonista principal do seriado Aquele Papo

Helton Silvestre Cumbe, nascido aos 23 de Fevereiro de 2001, por volta das 11:40, no Hospital Geral de Chamanculo, natural de Maputo, nacionalidade Moçambicana.

Ensino primário foi entre, EPC 3 de Fevereiro (primeira e segunda classe), Externato Cantinho do Céu (terceira e quarta classe), EPC do Alto-maé (quinta, sexta e sétima classe)

Ensino secundário foi na Escola Secundária Francisco Manyanga, onde frequentou só o primeiro grau

Posteriormente, fez instituto, no IMEP, onde fez o curso de Construção Civil

E por fim, fez o ensino superior na “A Politécnica”, onde fez o curso de Engenharia Civil

Helton já fez 7 publicidades para a Vodacom.

“Já vendi sapatilhas, rendi muito com isso. Posteriormente, fiz um trabalho como ator, rendeu-me o suficiente para poder, em 2019, registar a minha primeira empresa denominada MILORO (sonho em xichangana), e vários outros investimentos que sucederam à este, no ramo da construção, no ramo imobiliário e atualmente, também no ramo de aparelhos eletrônicos” - Helton Cumbe

Perguntado como chegou a ser ator principal do seriado Aquele Papo, Helton respondeu:

“Foi engraçado… A “sorte” veio de ser um mau aluno

Eram 12h30, já era suposto estar na sala de aulas mas eu e os meus colegas ficamos mais uns 15 minutos no pátio, logo depois apareceu o director de casting do Projecto, ele apresentou o projecto aos alunos da instituição que eu frequentava naquela altura e eu estava sentado no banco, isolado, com auriculares a ouvir música… Olhei para trás, uma colega olhou para mim com cara de “tem algo aqui que é tua cara”, aproximei, ouvi, entusiasmei-me e manifestei interesse.

No dia que era suposto fazer o casting, eu não fui, mas alguns colegas meus foram. No fim do dia, perguntei a eles como foi, disseram que foi normal, pedi que dessem mais detalhes para que eu pudesse me preparar, eles deram e eu disse “ah, simples”, eles duvidaram de mim e eu agradeço, isso culminou que eu desse mais de mim para lhes provar que estavam enganados acerca de mim

Então, fui no dia seguinte com um amigo meu, Hélder Mascarenhas. Chegados lá, fizemos o casting e logo depois de terminarmos, o director de casting disse “Eu gostei deste” a referir-se a mim. Encheu-me de esperanças (principalmente para uma pessoa que estava tão habituada a perder)

Passaram se cerca de 2 meses, salvo erro, e nada. Certo dia, uma amiga minha cruzou-se com o director de casting e questionou-lhe se faríamos parte do projecto ou não, ele disse que ainda estavam em fase de apuramento e que, se por acaso, nenhum de nós fôssemos escolhidos, seríamos figurantes. Eu olhei para ela e disse “figurante não serei”, (lei da atração)

Depois disso, o celular tocou… Na altura eu não sabia que o casting seria de forma faseada, recebi a chamada, mas quando percebi que ainda estávamos em fase de casting fiquei um bocado desmoralizado. Contudo, lá fui, cheguei cedo, sabia que tinha que tentar ao máximo ser diferente dos outros, tanto que, logo que recebi o guião foquei-me logo em interpretar o texto e os personagens. Fizemos o casting e não me saí tão bem, fiquei para baixo, fui-me embora e o outro grupo entrou

Chegado à escola, um amigo meu, que não via há bastante tempo, ligou-me a dizer-me que estava por ali, saí e fui ter com ele. Expliquei-lhe o que aconteceu e ele disse-me, Helton, não corre a olhar para os outros, vais desacelerar e atrapalhar a tua corrida, o foco é a meta, não como os outros correm - Muito obrigado, Gaby Pinho.

Essas palavras motivaram-me, mas logo depois, um dos meus colegas que fazia parte do segundo grupo, voltou e disse “nós ficamos muito tempo porque éramos poucos homens e muitas mulheres, então, fizemos casting com vários grupos, e até já nos escolheram, escolheram a mim e mais um outro gajo que está a estudar no ISPU”, saí de imediato do topo para o chão, mas ergui-me ao longo do tempo.

Quando recebi a segunda chamada, para o terceiro casting, aí já estava zangado… Fui preparadíssimo e fui ousado ao mais alto nível para não voltar pra casa com sentimento de “não fui o melhor”, tanto que, logo que saí do terceiro casting, quando cheguei à escola, uma colega perguntou-me como foi e eu disse “só não sei qual é o papel que vou fazer, mas eu vou fazer parte daquele seriado”, tempos passaram, e eu recebi a terceira chamada, “Sr. Helton, pode aproximar-se à Golo, passou da fase de castings e fará parte do seriado”.

O momento mais épico foi quando juntaram todos os participantes para nos conhecermos e termos um briefing, nesse processo, o director de casting perguntou se já sabíamos qual era o personagem que iríamos fazer, alguns sabiam, outros não, eu fazia parte dos que não sabia e disse que não sabia, o director de casting olhou para mim e disse “como é que sabes qual é o papel que tu vais fazer? Tu és o Roberto, o personagem principal”, como se diz na gíria, naquele momento, “sequei um lado”.

O maior desafio de fazer o personagem “Roberto”, era encarnar a timidez do personagem.